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quinta-feira, 3 de março de 2011

TEXTO 52 - FILÓSOFO AVERRÓES.


Detalhe da pintura de Andrea de Bonaiuto O Triunfo de Santo Tomás, com a imagem sentada em repouso e pensativa de Averróis.


Ibn Ruchd (Averróes) - O filósofo árabe herói da renascença européia.

Um dos maiores expoentes da filosofia árabe, Abu al-Walid Muhammad ibn Ahmad ibn Muhammad ibn Ruchd, conhecido pelo nome de Averróes, ou Averróis, aprendeu jurisprudência e teologia com o pai e estudou quase todas as ciências e a filosofia do seu tempo, tendo escrito obras sobre medicina, física, astronomia, jurisprudência muçulmana, filosofia e teologia.

Pouco se sabe sobre a sua vida antes de 1169, mas a partir desse período Averróes foi agraciado pelos príncipes de uma dinastia muçulmana (almóada) existente no norte da África e na Espanha.

Em 1169 foi nomeado juiz em Sevilha, em 1171 em Córdoba, mais tarde passou a conduzir um dos ritos muçulmanos observados na região e ainda foi diretor de física em 1182.

Foi considerado um grande crítico filosófico devido à sua interpretação do livro “O legado de Aristóteles” do príncipe “Abo yaacoub youssef”, do qual era próximo e respeitado.

Ibn Ruchd foi dos mais importantes filósofos muçulmanos. Seguia a linha filosófica que considerava mais correta, como a dos notáveis filósofos “Eben Sina” e “Al-Farabi”, no entendimento de Platão e Aristóteles.

Travou severos debates com importantes clérigos entre eles um importante Imã chamado “Abu Hamad AL-Ghazali”, amigo de importantes autoridades, que considerava proibidas as ciências que não as da Sharia (ciência islâmica), especialmente as ciências relacionadas aos quem chamava de “infiéis”, entre eles Aristóteles.

Em seu livro intitulado, “Tahafat al Falasafeh” (A insignificância dos Filósofos) Al-Ghazali atacou as posições científicas e filosóficas de Ibn Ruchd que por sua vez o reponde em seu livro “Tahaft al Tahafat” (Insignificância das Insignificâncias), discorrendo sobre o status filosófico e lamentando as idéias de Al-Ghazali, considerando-as um desrespeito à filosofia e à ciência.

O pensamento de Ibn Ruchd centralizou-se na conciliação entre a filosofia e a religião, e procurou explicar que a Sharia islâmica tem suas bases na razão e no direito para com os muçulmanos, ou seja, a Sharia não vem abolir a razão e dela não se diferencia, mas acrescenta e afirma. Com isso Ibn Ruchd não faz discrepância entre a lei islamica (sharia) e a razão, qualquer suposta discrepância pode ser resolvida através da correta interpretação da lei em concordância com a razão. O foco filosófico de Ibn Ruchd consiste em afirmar que o mundo criado não é estático, mas se renova; Em incentivar as mulheres a assumirem seu papel no mundo como os homens; E garantir que o bem de todos se dá no equilíbrio ético das atitudes virtuosas. A religião, portanto, não pode se resumir a uma mera doutrina prática, mas se legitima na teoria de seus ensinamentos.

Estas posições filosóficas causaram indisposição entre Ibn Ruchd e demais clérigos liderados por “Al Ghazali” que o acusavam de não ser devidamente fiel e se colocar fora do julgamento religioso. Tal acusação fez com que o Califa “Abo Yaacoub Youssef” ordena-se que fosse expulso da cidade e que seus trabalhos filosóficos ou que estivessem relacionados à filosofia fossem queimados, salvo os que tratavam da medicina, astronomia e matemática.

Foi o triunfo dos clérigos e dos que os apoiavam em detrimento da razão, filosofia e ciências.

No entanto os ensinamentos de Averróes foram conservados na Europa e adotados como pilares intelectuais no período da renascença, conduzindo à prosperidade intelectual das sociedades européias contemporâneas.

Aristóteles arabizado
Os comentários de Averróes sobre Aristóteles - em Sharh ("Grande comentário") e Telkhis ("Resumo") -, traduzidos para o latim na primeira metade do século 13, tornaram conhecido o pensamento desse filósofo grego, o que influiu no pensamento de Tomás de Aquino, produzindo verdadeira revolução na filosofia cristã, até então baseada no platonismo.

A irrupção do Aristóteles arabizado nas universidades européias impunha um trabalho de exegese e de assimilação, pois não era possível nem aceitá-lo tal qual nem ignorar sua presença. A essa tarefa se consagraram Alberto Magno e, principalmente, Tomás de Aquino, que leu e comentou as obras de Aristóteles em traduções latinas feitas diretamente do grego. Contestando ao averroísmo, Tomás de Aquino opera a conciliação, a síntese definitiva do pensamento aristotélico e da revelação cristã.

A teologia de Averróes influiu em autores místicos do século seguinte, como Amalrico de Bena, que ensinava que tudo é Deus e que Deus está encarnado tanto em Cristo quanto no crente, não podendo este pecar.

A influência filosófica de Averróes foi muito mais forte; é sensível em vários movimentos heterodoxos, até Pomponazzi, no fim do século XV.

Ibn Ruchd faleceu no ano de 1198, após ter lançando 108 publicações de filosofia, ciência, medicina, jurisprudência e literatura, muitas das quais foram queimadas.

Seus livros mais importantes:

- “Tahaft al tahaft”
- “Al Kliat”
- “Fassel almaqal ma bein al hikma w al shariah mn etsal”
- “Monahej aldleh”

O que já foi dito sobre Ibn Ruchd:

“Ibn Ruchd, o mais afamado pensador islâmico, devido a excelência e impacto de seu pensamento entre os demais, foi quem mais influenciou o Pensamento Europeu”
John Robertson, pensador Inglês no livro “Sumário do Pensamento Livre”.

“O pensador andaluz Ibn Ruchd, viveu a frente do seu tempo, e com toda propriedade pode-se afirmar que graças ao conjunto de sua obra pôde se erguer a renascença moderna.”
Orientalista Espanhol Professor Miguel Hernández.

REFERÊNCIA:
http://www.arabesq.com.br/Principal/Cultura/CultureArticle/tabid/58/ArticleID/1143/Default.aspx
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PESQUISADO PELO PROF. FÁBIO MOTTA (ÁRBITRO DE XADREZ).

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